EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - 2ª EDIÇÃO
TRÂNSITO
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS - 2º MÓDULO
HEMORRAGIA
É a
perda aguda de sangue circulante.
Deve ser
contida imediatamente, pois, poderá levar à morte. A perda excessiva de sangue
circulante através do rompimento de uma veia ou artéria pode ser interna ou externa.
HEMORRAGIA EXTERNA
HEMORRAGIA ARTERIAL: Sai em jatos; a cor do sangue é vermelha
viva.
HEMORRAGIA VENOSA: Sai escorrendo e lentamente; a cor do
sangue é vermelha escura.
As hemorragias externas são causadas por
ferimentos visíveis na pele.
PROCEDIMENTOS:
v
Não toque na ferida e nem aplique
medicamento ou qualquer produto no ferimento.
v
Não tente retirar objeto empalado.
v
Proteja com gazes ou pano limpo, fixando
com bandagem sem apertar o ferimento.
v
Faça compressão local suficiente para
cessar o sangramento.
v
Eleve o membro ferido quando houver ferimento
nos braços ou nas pernas e sem fratura.
v
Pressione os pontos arteriais, caso não
haja controle do sangramento.
v
Faça torniquete somente em casos extremos
(amputação de membros).
v
Procure socorro adequado.
A
hemorragia interna é resultante de um ferimento profundo com lesão de órgãos internos.
Sintomas:
O sangue não
aparece, porém, a vítima apresenta:
- Pulso fraco
- Suores abundantes
- Palidez intensa
- Tonturas
- Pele fria
- Sede
- Inconsciência, em casos de estado de
choque.
PROCEDIMENTOS:
v Mantenha as vias
aéreas liberadas.
v Mantenha a vítima
deitada (a cabeça mais baixa que o corpo). Quando houver suspeita de fratura do
crânio ou de derrame cerebral, a cabeça deverá ser mantida elevada.
v Use tala inflável
em caso de fraturas.
v Administre
oxigênio.
v Procure socorro
adequado.
HEMORRAGIA
DOS PULMÕES (HEMOPTISE)
Sintoma:
Após um acesso de
tosse, o sangue sai pela boca em golfadas e é vermelho vivo.
v
Coloque a vítima deitada, com a cabeça mais alta que o corpo,
virada lateralmente.
v
Procure socorro médico adequado.
HEMORRAGIA
DO ESTÔMAGO (HEMATÊMESE)
A
vítima geralmente apresenta, antes da perda de sangue, enjôo e náusea. Expele
sangue da cor de borra de café.
v Coloque a vítima
deitada com a cabeça no mesmo plano do corpo.
v Não dê líquidos
para ingerir.
HEMORRAGIA
NASAL (EPISTAXE) SINTOMA:
Sangramento
nasal. |
|
v Mantenha a vítima
sentada, com a cabeça ligeiramente inclinada para frente.
v Se possível, use
um saco de gelo sobre o nariz e a testa.
v Se a hemorragia
persistir, procure socorro adequado.
NÃO DEIXE QUE A VÍTIMA FAÇA INGESTÃO DE LÍQUIDOS.
É o estado de
depressão do organismo devido às falhas circulatórias.
Causas:
- Emoções
fortes - Queimaduras - Ferimentos
graves ou extensos - Esmagamentos - Perda de
sangue - Hemorragias - Intoxicação
por alimentos |
- Acidente por
choque elétrico - Envenenamento
por produtos químicos - Ataque
cardíaco - Exposição a
extremos de calor e frio - Dor aguda - Infecção - Fraturas |
- Pele fria e
úmida - Suor na testa
e palma da mão - Náuseas,
vômitos - Frio - Inconsciência - Sede |
- Palidez - Expressão de ansiedade - Tremores - Respiração irregular |
Enquanto aguarda socorro médico ou transporte da
vítima, tome as seguintes providências:
v Realize um rápido
exame na vítima.
v Mantenha a vítima
deitada, se possível com a cabeça mais baixa que o tronco.
v Converse com a
vítima, mantenha - a agasalhada.
v Controle a causa
do estado de choque. (ex.: controle de hemorragia).
v Afrouxe-lhe a
roupa.
v Retire da boca
secreções, próteses dentárias ou qualquer outro objeto.
v Caso a pupila não
se contraia à presença de luz e haja ausência de pulso, inicie massagem
cardíaca.
v Vire a cabeça da
vítima para o lado, caso haja vômitos.
v Mantenha a cabeça
da vítima sempre mais baixa que o corpo.
v Eleve as pernas
se nelas não houver fraturas ou graves ferimentos.
NUNCA DÊ LÍQUIDO À
VÍTIMA EM ESTADO INCONSCIENTE, SEMICONSCIENTE OU COM SUSPEITA DE LESÃO
ABDOMINAL. NUNCA DÊ BEBIDA ALCOÓLICA.
É a
perda súbita de consciência, acompanhada de contrações musculares involuntárias.
Causas: - Febre (em
criança até 2 anos de idade). - Epilepsia
(ataque). - Teníase (com
cistos cerebrais). - Alcoolismo. - Traumas no
crânio. - Causas
desconhecidas. |
|
PROCEDIMENTOS:
v Coloque a vítima
deitada de costas.
v Proteja-lhe a
cabeça.
v
Introduza uma proteção entre os dentes
para evitar ferimento na língua.
v Afaste qualquer
objeto da vítima para que ela não se machuque.
v Afrouxe-lhe as
roupas e deixe-a debater-se livremente.
v Procure socorro
médico adequado.
FERIMENTOS
É o resultado da agressão sofrida pelas partes moles, produzindo
lesão tecidual.
|
|
PROCEDIMENTOS
v Limpe o ferimento
com bastante água corrente e sabão ou soro fisiológico.
v Não tente retirar
farpas, cacos de vidro ou partículas de metal do ferimento a menos que saiam
facilmente durante a lavagem.
v Não toque no
ferimento com os dedos, nem com lenços usados ou outros materiais sujos.
v Proteja o
ferimento com gaze esterilizada ou pano limpo, sem apertar.
v Procure
atendimento médico.
FERIMENTOS
ESPECIAIS
NA
CABEÇA
ü
Não tente limpar o ferimento, há perigo de aumentar a
hemorragia.
ü
Não faça compressão com os dedos.
ü
Controle o sangramento com curativo limpo e pouca pressão.
ü
Procure socorro adequado.
NOS
OLHOS
ü
Não tente remover objetos da córnea.
ü
Não faça curativo compressivo.
ü
Não remova objetos empalados.
ü
O curativo deve ser frouxo e nas duas vistas.
ü
Em queimaduras químicas, lave sempre do nariz para as
extremidades, com água limpa.
NA
ORELHA
ü
Curativo ou bandagem, em caso de ferimento na orelha.
ü
Nunca feche o canal auditivo em caso de hemorragia.
ü
Saída de líquido claro e ou sangue significa TCE (Traumatismo Crânio Encefálico).
ü
Procure socorro adequado.
NA
FACE
ü
Observe sinais vitais, principalmente respiração.
ü
Não esqueça da possibilidade de lesão na coluna.
ü
Use pressão suficiente para estancar o sangramento.
ü
Retire corpos estranhos do ferimento da boca, em casos de
obstrução de vias aéreas.
ü
Retire objetos empalados na bochecha, se penetrar na
cavidade oral.
ü
Faça curativo.
ü
Procure socorro adequado.
NO
NARIZ
ü
Controle a hemorragia.
ü
Em avulsão (dilaceração), coloque o retalho no local.
ü
Faça um curativo.
NO
PESCOÇO
ü
Mantenha o paciente calmo.
ü
Peça para a vítima respirar devagar e observe a respiração.
ü
Faça curativo com uma compressa, coberta com plástico
estéril ou papel alumínio.
ü
Não aplique pressão sobre as vias aéreas e dos dois lados
ao mesmo tempo.
ü
Procure socorro adequado.
NO
TÓRAX
ü
Mantenha a vítima deitada sobre o lado da lesão.
ü
Coloque curativo oclusivo preso em três
lados.
ü
Administre
oxigênio.
ü
Aspire sangue e secreções, caso necessário.
ü
Procure socorro adequado.
ü
Transporte-a sobre o lado ferido.
NO
ABDOME
ü
Mantenha a vítima deitada.
ü
Mantenha suporte básico de vida.
ü
Fique alerta para vômito.
ü
Não toque nem recoloque no lugar vísceras expostas, não
remova objetos empalados.
ü
Cubra as vísceras com curativo oclusivo embebido em soro
fisiológico, cobrindo este com plástico estéril ou papel alumínio.
ü
Procure socorro adequado.
ÓRGÃOS
GENITAIS:
ü
Deverá ser feito curativo compressivo e procurar socorro
adequado.
OBS.: Em caso de mutilação, o membro amputado deverá
ser colocado dentro de saco plástico, sem nada dentro, devendo este ser
colocado em recipiente com gelo.
|
FRATURAS
(LESÕES DE OSSOS, DE ARTICULAÇÕES)
É o rompimento
total ou parcial de qualquer osso.
TIPOS
DE FRATURA: Completa-
Quando há quebra de osso. Incompleta-
Quando ocorre uma fissura. Fechada
– Quando não há perfuração na pele. |
|
Aberta ou Exposta
- Provoca feridas na pele.
- Observe deformidade ou sangramento.
- Verifique se há inchaço ou hematomas.
- Poderá existir ou não uma ferida.
- Pesquise a dor e a alteração de cor na
pele.
- Veja se existe diferença de temperatura
no membro afetado.
- Constate se há crepitação (rangido).
- Observe se existe incapacidade
funcional dos órgãos reprodutores.
PROVIDÊNCIAS:
v Verifique VRC –
Vias Aéreas Respiratórias.
v Ministre nível de
O2 (oxigênio), se necessário.
v Nas fraturas
alinhadas, imobilize com tala rígida ou inflável.
v Nos deslocamentos
em fraturas expostas e fraturas em articulações, imobilize na posição
encontrada, com tala rígida.
v Use bandagens
para imobilizar fraturas, luxações na clavícula, escápula e cabeça do úmero.
v Após a
imobilização, continue checando pulso e perfusão capilar.
v Nos casos de fratura no fêmur, não tente realinhar. Imobilize
na posição encontrada com duas talas rígidas, até o nível da cintura pélvica, e
transporte em prancha longa.
FRATURA DE CRÂNIO
RECONHECIMENTO:
- Verifique
ferimento externo ou profundo na cabeça.
- Verifique
presença de hematomas nas pálpebras, saída de sangue ou líquor claro pelo nariz
e ouvido.
- Verifique
estado neurológico, através de respostas e reações da vítima.
- Verifique alterações
das pupilas, veja se estão desiguais.
- Verifique
presença de sinal arroxeado, característico atrás das orelhas (sinal de
BATTLE).
- Monitore pulso
e pressão arterial.
PROCEDIMENTOS:
v
Evite manobras que possam agravar uma
possível lesão na coluna.
v Imobilize a
coluna cervical (pescoço).
v Ministre
oxigênio.
v Controle os
sinais vitais.
v
Não obstrua saída de sangue ou líquor dos
ouvidos e nariz.
v Procure socorro
médico especializado.
FRATURA DA PELVE (BACIA)
PROCEDIMENTO:
- Associe a lesão com o acidente.
- Constate se há
dor intensa na movimentação.
- Veja se existe
perda de mobilidade dos membros inferiores (não obrigatório).
- A fratura pode
apresentar hematomas no local.
CONDUTA:
v
Coloque a vítima deitada de costas,
coloque um cobertor ou outro material disponível dobrado entre suas pernas
(quando disponível).
v
Prenda as pernas com faixas ou bandagens.
v Transporte em
prancha longa.
v Procure socorro
adequado.
FRATURAS EXPOSTAS
CONDUTA:
v Controle a
hemorragia.
v Não tente
recolocar o osso no lugar.
v Não coloque
produto e nem limpe a ponta do osso exposto.
v Mantenha o
ferimento protegido com gaze ou atadura limpa.
v Imobilize com
tala rígida, abrangendo uma articulação acima e outra abaixo.
v Tenha cuidado
para não contaminar o ferimento.
v Encaminhe ao
socorro médico adequado.
v Não desloque ou
arraste a vítima que esteja com suspeita de fratura. Utilize métodos de
imobilização.
TÓRAX INSTÁVEL
RECONHECIMENTO:
- Dor local.
- Respiração difícil, dor ao respirar.
- Tosse com sangue (não obrigatória).
- Sangue
borbulhando da ferida do tórax, em caso de perfuração por fragmento ósseo.
- Parte afetada não acompanhando o movimento do restante do tórax.
CONDUTA:
v
Estabilize a área solta com o braço da própria vítima,
prendendo-o com uma atadura de crepom ou bandagem triangular ou então, prenda a
parte solta ao restante do tórax, através de uma compressa volumosa, presa por
esparadrapo.
v
A estabilização não pode causar dor à vítima.
v
ministre
nível de oxigênio.
TRAUMA DE COLUNA (ESPINHA):
A vítima com
lesão na coluna, geralmente, apresenta insensibilidade e dificuldade em
movimentar os membros.
RECONHECIMENTO:
- Associação do tipo de acidente com a possibilidade
de lesão (vítima de queda de altura, mergulho no raso, acidente de desabamento,
vítima inconsciente ou consciente. Quando não se conhece o tipo de lesão, considere-a portadora de trauma na coluna).
- Dor intensa na
região posterior do tronco.
- Presença de
hematoma ou edema na região posterior do tronco.
- Presença de
deformação palpável ou visível na coluna.
- Perda da
sensibilidade e ou mobilidade dos membros.
- Priapismo
(ereção involuntária do pênis).
- Perda de
controle da urina e fezes.
CONDUTA:
v Não movimente a
pessoa com suspeita de fratura de coluna.
v Mantenha a cabeça
alinhada, tracionada e imobilizada com colar cervical.
v Se a vítima
estiver deitada, coloque prancha longa, antes de removê-la.
v
Observe sinais vitais (respiração e pulso).
v
Procure socorro adequado.
ESTADO DE CHOQUE
É a falência do sistema circulatório.
RECONHECIMENTO:
-
Pele pálida,
úmida e fria.
-
Pulso fraco e rápido (maior que
100).
-
Pressão arterial menor que 90
mmHg.
-
Perfusão capilar periférica lenta
ou nula.
-
Tontura e desmaio.
-
Sede, tremor e agitação.
-
Rosto e peito vermelhos,
coçando, queimando, dificuldade respiratória, edemas de face e lábios
(anafilático).
SENSIBILIDADE DOS ÓRGÃOS À ISQUEMIA (DIMINUIÇÃO DO
FLUXO DE SANGUE)
TEMPO |
ÓRGÃO ATINGIDO |
4 – 6 minutos |
Coração, cérebro e pulmão |
45 - 90 minutos |
Fígado, baço, rins e trato gastrointestinal |
120 – 180 minutos |
Pele, músculo e osso |
Após os tempos acima referidos, com pouco ou sem sangue, começa a haver
risco de sofrimento e morte celular dos órgãos discriminados.
CLASSIFICAÇÃO |
CAUSAS OU REAÇÕES |
Hipovolêmico |
Hemorragias (interna e externa) Queimaduras graves Diarréia, vômitos (desidratação) |
Cardiogênico |
Infarto agudo do miocárdio Arritmia cardíaca Insuficiência cardíaca congestiva. |
Séptico |
Infecções graves |
Anafilático |
Reação de hipersensibilidade a medicamentos, alimentos, etc. |
Neurogênico |
Lesão da medula espinhal e dores intensas. |
TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
A remoção
de uma vítima deve ser feita pelo socorro especializado e equipamentos
apropriados.
Quando
– numa emergência – esse transporte tiver que
ser feito por você, lembre-se de que uma manipulação descuidada ou mesmo mal
feita, pode causar sérios problemas à vítima, principalmente, se houver fratura
na coluna, na bacia, no tórax ou no crânio.
Assim,
ao socorrer uma vítima envolvida em acidente de trânsito, faça uma análise para
ver quais são as lesões e para verificar se existe algum tipo de limitação ao
transporte.
Qualquer
trabalho de remoção só deve ser iniciado sem o conhecimento antecipado do
estado da vítima quando há outros perigos envolvidos como incêndio ou risco de
explosão.
Oriente
o condutor quanto às freadas bruscas e ao excesso de velocidade que poderão
agravar o estado da vítima.
DICAS IMPORTANTES SOBRE O QUE
NÃO FAZER
-
Abandonar a vítima no local do acidente sob pretexto de fugir do flagrante.
-
Omitir socorro sob o pretexto de não testemunhar.
-
Remover a vítima do local do acidente sem as devidas precauções e cuidados.
-
Deixar de colaborar com as autoridades.
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INFRAÇÕES DE TRÂNSITO RELACIONADAS AOS PRIMEIROS
SOCORROS
Deixar o condutor, envolvido em acidente com vítima:
a)
de prestar ou
providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;
b) de adotar
providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo para o trânsito no
local;
c) de preservar o
local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da perícia;
d) de adotar
providências para remover o veículo do local, quando determinadas por policial
ou agente da autoridade de trânsito.
Infração |
Penalidade |
Medida Administrativa |
Gravíssima – 7
pontos |
Multa agravada
de R$957,70 e suspensão do direito de dirigir. |
Recolhimento do
documento de habilitação. |
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CRIME DE TRÂNSITO (idem ao descrito acima) |
Penas:
detenção de 6 meses a 1 ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de
crime mais grave. |
Deixar o
condutor, envolvido em acidente sem
vítima, de adotar providências para remover o veículo do local, quando
necessária tal medida para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito:
Infração |
Penalidade |
Média – 4 pontos |
Multa de R$ 85,13 |
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